Desde que eu era pequeno,
Pequeno mesmo,
Ouço meu pai falar sobre algo simples,
Toda vez que brigava com a minha mãe.
O que ele dizia, naquela idade, me deixava impressionado.
E até, por vezes, com medo.
Soava como uma profecia, algo assim.
“Nossa cabeça, nossa mente sadia, é como um filtro,
Que tem sempre uma vela dentro dele a gotejar.
Paciente, sábia e na medida.
Quando enchemos demais o filtro de água,
A vela não dá conta de filtrar,
E o filtro todo transborda.
Assim é com a cabeça.
Se não controlamos nossos pensamentos,
E passamos a encher a cabeça dos piores sentimentos negativos,
Dados por terceiros,
Ela se enche, transborda e perde o controle."
E assim foi.
Minha mãe não soube poupar o filtro que tinha.
Encheu-o até não poder mais reverter a situação.
Criou toda uma história sobre ciúmes. Perdeu a cabeça.
Perdeu o casamento, seus filhos e a si mesma.
No ápice do descontrole de sua vida, perdeu-a.
Ganhou, ao fim, a paz para a mente intranquila.
Para sempre.
Há 5 anos
5 comentários:
poxa.......
isso me lembrou o 'caso do vestido' do drummond...
bj
"O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado."
Sim, Andrea.
Tão complexo como este caso!
Beijo
Uau! Que triste! Arrepiei inteira!
O prazer nos livra da loucura.
J,
Enigmático....
Abraço
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