segunda-feira, 10 de março de 2008

Simples como voar

Divulgação
Esses dias passava na Tv um filme muito conhecido por muitos e que fez parte da infância e até mesmo do mundo adulto de muitas pessoas, em todo o mundo. Uma criança, que deve ter 6 anos no máximo, que brincava na garagem do prédio entrou na sala e de repente ficou paralisado junto à TV. “É Peter Pan?” ele perguntou. Eu respondi que sim e sem nem pensar, ele se sentou a meu lado no sofá e começou a falar que era um filme muito bom, onde um menino voava e ensinava outras crianças a voar. E a cada cena ele me perguntava coisas típicas de criança, que eu já havia me esquecido de perguntar a mim mesmo, por conta de minha idade que já não é mais a mesma daquele garotinho.
“É verdade que podemos voar, né?!” “A Terra do Nunca existe mesmo não é?” “Você sabe se Peter Pan mora aqui perto?”.....
Não sei se fiquei impressionado por causa de ele acreditar nessas coisas mágicas, em mundo em que muitas crianças são tão diferentes. Não sei se fiquei impressionado por ver que a essência de todas as crianças é a mesma, não importa a época que vivem. Não sei se fiquei impressionado pela inocência e verdade naquelas perguntas daquele garoto.
Às perguntas, dei respostas evasivas, pois preferi alimentar aquela história, afinal, não seria eu quem acabaria com a verdade daquele filme Peter Pan. “É possível voar sim, mas não sei o segredo ainda” “A Terra do Nunca existe, mas deve ser muito longe daqui, pois eu nunca consegui chegar lá” “Peter Pan mora em um lugar em que é difícil descobrir”.
Achei incrível como histórias atravessam gerações, embalam infâncias e continuam transmitindo boas coisas, assim como no filme, em que o segredo para voar é simplesmente pensar em coisas boas. Mesmo com meu olhar diferente e mais crítico às coisas e aos efeitos do filme, fotografia, trilha sonora, ainda me permiti emocionar em certas cenas, onde o que as crianças queriam se transformava em realidade, como a hora em que conseguem voar e a hora em que juntas chegam à terra dos sonhos de qualquer criança e adulto também (mesmo que seja em um baú guardado lá dentro, por conta de coisas mais reais e menos ilusórias do mundo cruel e também real). No filme, há o menino que não quer crescer, que não quer encarar as coisas más do mundo. Lá, as pessoas acreditam em histórias de conto de fadas, em que todos vivem felizes para sempre.
Ao fim, tive certeza mais uma vez de que ser criança é ter a audácia natural de poder acreditar em tudo o que vê e em tudo o que querem acreditar.