quarta-feira, 15 de junho de 2011

Erro

Ela engravidou cedo, de forma inesperada.
Aceitou tudo. Assumiu, levou a gravidez adiante.
Não seria justo culpar o pequeno ser
Pela falta de juízo dela e do namorado.

Cultivou a gestação,
Fez planos diversos,
Esperou, às vezes paciente,
Às vezes na ansiedade total.
Como toda mãe o faz.

Chegou o dia do nascimento.
E mais espera e dores,
A necessidade da cesárea.
Parto tranquilo, afinal.
Um menino.

De volta à casa,
Após pouco mais de um mês
Do nascimento do filho,
Passou a sentir novas dores,
As dores que tivera no parto.

Estranheza e medo do incerto.
As dores persistiram.
Decidiu que iria ao hospital,
O Guilherme Álvaro, em Santos.
Unidade de referência, onde deu à luz.

Mas, antes mesmo da saída de casa,
Ainda no banheiro,
O sofrimento aumentou.
E para espanto dela eram contrações o que sentia.

Foi quando viu, ali no chão
Expulso de seu corpo,
Envolto em sangue e outros líquidos,
Um amontoado de gaze,
Que a fazia perceber,
Que a equipe que realizara seu parto,
Cometera nela
Um erro médico.