segunda-feira, 4 de abril de 2011

Avenged Sevenfold em Sampa

Se sair às 6 horas da manhã de Praia Grande, num domingo 3 de abril foi loucura, considerando que o show seria às 20 horas, em Sampa, imagine quem chegou um dia antes, por volta das 15 horas?
Chegada tranquila, fila contornando o lado externo da casa de shows e a expectativa geral era uma: ver os caras do Avenged Sevenfold da melhor maneira possível.


Até as 18h30 teria chão, teria ainda chuva (às vezes muita, às vezes só garoa [faltou somente granizo]), chuva que molhou tênis, calças, camisetas e até o próprio Credicard Hall, por fora e por dentro, refrescando a pista com pingos de goteira durante a apresentação toda.




Mas nada, nada disso, atrapalhou ou causou alguma decepção à essência da noite (definitivamente): o show.

E que show!

Quem estava em uma das pistas (Premium ou Comum) sabia que se escolhesse um lugar bem próximo da grade teria de ser forte e paciente com os empurrões. E não foi por menos.

Primeiro, ninguém entendeu o link, mas houve um momento de "The sound of Silence" de Simon & Garfunkel (Leando e Leonardo fizeram versão), antes de começar o show mesmo. A canção é boa, conhecida, mas deixou um ar de "qual o motivo de fazer o pré show com ela?".
Passado o momento "what??" foram ouvidos os primeiros toques de "Nightmare". E a pista ficou louca. O pessoal pulava muito, muito mesmo. Logo na primeira música se viu o que seria fato durante toda a noite: não seria possível ouvir a voz do vocalista M.Shadows (Matthew Sanders), nem cantando nem "conversando" com o pessoal, que sem entender (o inglês e/ou por não ouvir) só berrava, concordando.
A segunda foi a que mais impressionou. Era "Critical Acclaim"! Nem começou e o pessoal somou as puladas às empurradas e também às "brincadeirinhas de luta", o que uns chamam de bate cabeça, roda punk...etc, etc. Não pude contar quantos pisões, cotoveladas levei ou quantas vezes achei que tinha perdido meu tênis no chão. Assusta para quem não é experiente nisso. Importar-se com o desodorante vencido das pessoas ao lado não era possível, claro. Braços, mãos no ombro, passadas de mãos em lugares diversos do seu corpo também não poderiam ser censurados, afinal, tinham outro objetivo: chegar o mais próximo do clique perfeito, da visão clara. Havia uma mãe e um filho de sete anos na minha frente. Realmente fiquei preocupado com o que aconteceu com eles depois, pois nem sinal da dupla após a música.
A partir da terceira canção, uma que parece que o pessoal decorou a letra inteira, a tranquilidade foi maior (o que seria visto dali em diante). O coro foi ouvido do início ao fim de "Welcome to the Family". Incrível. A introdução foi dada por uma variação energética, claro, da bateria. O atual responsável pela batera (o oficial era o Jimmy Sullivan - The Rev, que morreu em 2009) é o Arin Ilejay, um cara baixo, magrelo e de 23 anos, que ficava o tempo todo escondido atrás das caixas e pratos. Quem tinha um pé atrás pelo novato na banda, se surpreendeu com a atuação empolgada, responsável e empolgante. Só o cabelo que parecia sair da cabeça dele às vezes, pois ele mexia demais ela!
Os guitarristas Zacky Vengeance (Zachary Bake) e Synyster Gates (Brian Haner) causam sempre admiração, principalmente daqueles que tocam o mesmo instrumento e neles se espelham. A dupla usou e abusou do praticável sempre presente nos shows do A7x (como um caixote para subir e ficar mais evidente e visível). A imagem, além do som, era bela - pense a soma de um guitarrista canhoto e o outro destro, lado a lado. O efeito visual é muito interessante. O baixo Johnny Christ (Jonathan Seward), mais recente dos integrantes da antiga, é sempre discretão no modo de tocar (diferente de seu visual sempre moicano e desta vez de blazer branco). Enquanto toca ele sempre fica atento aos demais companheiros, principalmente o baterista, como se fosse um elo que toca sua parte e sente o que se passa com o outro.







O show, previsto para início às 20h (casa foi aberta às 18h30), começaria com pouco mais de meia hora de atraso, quase nada. Curtíssimo, mesmo com doze grandes sucessos, o tchau de M.Shadows foi dado às 21h54, pouco mais de uma hora de show. Ao mesmo tempo deixou sensação de satisfação completa, mas o sempre sentimento de poderia ter mais umas três quatro músicas. A passagem foi relâmpago e explosiva. Única e inesquecível para quem ali esteve. E acredito que para ambos os lados: palco e público.

O show foi perfeito para mim. Não me arrependi em nada em ter pago as centenas de reais que paguei para ver. Muitos dizem que tudo estava perfeito com o Credicard Hall, mas não estava. É fato que não se podia ouvir M.Shadows cantar, em quase 80% do show. O público abafou o tempo todo, cantando em cima. Os intrumentos ouviam-se bem, mas não o vocal (isso porque Shadows nunca tem problemas com potência de voz). Isso era tão certo, que mesmo quando Matt falava, distorcia tudo. Não se podia entender perfeitamente o que ele perguntava, pedia, comentava. Somente em partes. Mas era problema técnico. Som baixo.
A casa lotou, mas a Pista Premium não. Fato estranho, pois este espaço vip foi concorrido e motivo de revolta de muitos, que não encontravam mais ingressos para ela. Muitos queriam que o show tivesse sido em lugar maior do que o das sete mil pessoas do Credicard Hall, até mesmo um estádio de futebol. Para mim, se fosse em estádio, eu não iria, ainda mais sendo o primeiro show que fui deles. Se fosse num estádio eu não conseguiria chegar tão perto do palco como em São Paulo. Se fosse num estádio eu teria de dormir pelo menos dois dias na fila para conseguir lugar razoável, mesmo pagando caro. Enfim, lugar pequeno foi melhor, para contato próximo.
Fui sozinho, conheci gente no caminho, na fila, mas na hora das músicas foi cada um por si. Naquela multidão era difícil manter um grupo unido. Foi chato ficar sozinho na fila de espera, mas faz parte. As melhores experiências que vivi foram assim, comigo mesmo.
Outra coisa chata do Credicard Hall é a combinação palco baixo e pista reta (poderia ser levemente inclinada vertendo para o palco). Adicione estas condições aliadas a todas as mãos possíveis bloqueando os olhos, fazendo o símbolo do "diabo". Nada favorece a visão boa de quem está tocando. Se não fosse o praticável, para vê-los era necessário ponta dos pés ou empurrões para chegar à frente. Estou falando de alguém que tem 1,75 de altura (considerada altura normal), imaginem meninas, adolescentes bem menores? A pista poderia ser inclinada, o palco deveria usar elementos que deixasse a visão bem mais fácil. Neste ponto ganhou quem estava mais distante, porém em nível acima do palco, nos camarotes, ao fundo.



Mas o problema com som da voz só não foi tão sentido, pois o pessoal foi preparado para cantar quase todas as músicas. Havia horas em que os vocais de apoio deixavam para a plateia fazer suas partes. E funcionava.
Toda a banda mostrou-se super conectada, às vezes até meio no atomático, mas o resultado que vinha para todos era perto da perfeição. Shadows interagia muito com todos. Pegou bandeira do Brasil com desenho de caveira e diversas mensagens, mandava até beijo para aquelas que diziam que o amava e fez uma cara de piada quando jogaram uma camiseta deles mesmos para ele.
Uma pausa enorme foi dada após a canção "Unholy Confessions". Na típica cena onde parece que acabou o show, neste caso, todos sabiam que eles estavam devendo pelo menos duas canções (queriam uma terceira, mas eles não tocaram). E assim foi. O desfecho durou muito, mais de 20 minutos. "Fiction" e "Save Me" arrepiaram. Por serem mais lentas, o público não gritou tanto e o vocal pode ser evidenciado. Enquanto sabia-se que era o fim daquela passagem curta dos A7x, era hora de curtir as canções novas que não vinham sendo executadas.
Após a "Save Me" de dez minutos, o "Muito obrigado!" e o "Tchau" encerrou aquela visita alucinante a São Paulo. É óbvio que espera-se o retorno dos caras o mais breve possível.

Esta foi a lista de músicas da noite paulistana:
Nightmare
Critical Acclaim
Welcome To The Family
Buried Alive
Beast And The Harlot
So Far Away
Afterlife
God Hates Us
Bat Country
Unholy Confessions

(Foram "embora", mas voltaram)

Fiction
Save Me

Agora, boa sorte aos curitibanos (PR), no dia 6, e aos de Porto Alegre (RS) dia 7.

6 comentários:

Bruno Fernandes disse...

Análise muito boa do show! Para mim foi inesquecível. O problema com o som esteve na pista premium, na pista comum eu consegui ouvir bem a voz do Shadows.
Ao entrar, me posicionar na pista e já ouvir a voz de Paul Simon cantando 'Hello darkness, my old friend', foi um momento de êxtase. Apresentação perfeita! O som deles é tão bom quanto estúdio.
Agradeci ao Shadows pela ideia da roda punk antes de começar o Bis, porque depois que acabou a roda eu consegui ficar lá na frente.
A maioria ali estava pedindo A Little Piece Of Heaven, mas com Save Me foi o que você disse, durou mais de 20 minutos. Só Save Me tem 13 minutos.
Enfim, algo sensacional!

Junior disse...

Mt bom cara,otima resenha do show paulista
com certeza foi tão bom qto aqui no Rio
continue escrevendo cara
abraçãoo

Junior Music disse...

ai cara,to com blog novo,criei um blogger, e mais facil de usar
http://jrmusicworld.blogspot.com/
se puder,da uma moral e comenta la vlww
abração

Eli Carlos Vieira disse...

INESQUECÍVEL e alucinante foram as palavras para mim, Bruno! Realmente foi impressionane o impacto que eles causaram. Estar diante dos caras foi surreal. Agora é esperar a possível volta deles em 2012!!

Junior!
Valeu por passar aqui!
Realmente meu receio é que eles ficassem mais animados em um show e menos em outro, mas nada. Pelo que se viu dos comentários, a empolgação dos avengers foi a mesma e se estenderá hoje em Curitiba e amanhã em Porto Alegre!
Só quem viu, sabe o motivo da nossa empolgação ao falar do show o tempo todo!
Valeu também pela visita, vou passar lá no mundo da música sim!

Abração caras!

Paulo F. disse...

O show, previsto para início às 20h (casa foi aberta às 18h30), começaria com pouco mais de meia hora de atraso, quase nada, comparado ao atraso de duas horas no dia anterior na passagem pelo Rio de Janeiro.


O show no RJ começou as 22h em ponto, como previsto.

Nada mais a comentar.

Eli Carlos Vieira disse...

E ae, Paulão! Obrigado pela visita e pela correção!
Bom saber que vocês viram os caras como previsto!
Abração!