Ela decidiu: iria bloquear ele nas redes sociais.
Cansou de sempre deletar e readicionar.
Não por culpa dele.
Muito menos por culpa dela.
Há sete meses ambos decidiram entrar numa brincadeira.
Brincadeira de “pegar sem se apegar”.
Balela: um dos lados acaba sempre se apegando.
E a brincadeira torna-se séria.
Não foi culpa dele por ele ter outra.
Não foi culpa dela, tampouco, por ser solteira.
Foi culpa de ambos insistir numa traição.
Foi culpa de ambos dar corda e alimento a sentimentos
perigosos.
O bloqueio é um basta apenas.
Um basta às milhares de vezes que ele fez pouco
caso dos sentimentos dela,
Encarando eles como paranoia, como chatice,
Como “forçar a barra”, como drama, como baixo
auto-estima.
Um basta pelas zilhões de vezes que ela cobrou dele,
Sendo injusta, pedindo a alguém compromissado
O que ele nunca poderia dar: atenção,
Afeto, presença, parceria. Amor.
Ela passou a amá-lo tanto,
Que o melhor foi deletá-lo.