domingo, 20 de setembro de 2015

Maratona

Mais uma Maratona Pão de Açúcar de Revezamento.
É hora de buscar superar resultados,
Superar limites no domingo
E fazer melhor que ano passado.

Chegando a véspera da corrida,
Dia de passar cedo na casa da mãe,
Que não estava. Comeu, cochilou no sofá.
Não esperou a mãe e foi para a sua casa.

Deixou tudo organizado,
Colocou roupa da semana na máquina
E um filme para relaxar:
Seu vício.

Uniforme de corrida pronto e estendido no sofá,
Alimentação leve e cama para acordar cedo.
Últimos recados para os amigos,
Última mensagem trocada com o amigo de quarto.

Deitado, fone de ouvido no notebook,
Pegou no sono. Tranquilo.
Ali mesmo deixou este plano terreno,
Com um infarto fulminante.

A roupa ficou rodando a noite toda na máquina,
O filme rodando no notebook,
A luz acesa
E o telefone a tocar durante o dia seguinte inteiro.

Maratona sem ser corrida.
Equipe de revezamento desclassificada,
Ligações sem respostas.
Só as últimas mensagens da noite anterior.


domingo, 14 de junho de 2015

Orientação

Sua tentativa foi em vão.
A bala entrou, mas desviou-se, no osso,
Da parte vital na cabeça.

Socorrido, o médico que o atendeu estava estressado.
Achava injusto interromper outra emergência,
Para atender a esse, que falhou no suicídio.
Em um estado que beira o coma e a consciência,
O paciente acompanhava em silêncio tudo o que se passava.
"Cara burro, nem se matar sabe.
Se quer atirar, que atire dentro da boca."

Ao se recuperar, voltar para casa,
O paciente ficou com aquelas palavras na cabeça.
Na primeira oportunidade,
Pegou a arma, atirou dentro da boca.
Dessa vez eficaz, como indicara o médico.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Oito meses

Pessoas queridas que deixam de caminhar do seu lado, para caminhar em outros caminhos são como flores num vaso d'água. Você troca a água periodicamente, você corta os talos para conservar mais, mas na hora certa elas morrerão. Quer você queria ou não. Quer você tenha aproveitado a beleza e simplicidade dela em sua vida ou não. E a você, cabe pegar o corpinho dela e devolver à sua origem: à natureza.

Cuide de suas flores, aproveite a beleza que elas trazem hoje. Não exija que elas vivam pra sempre: aproveite o que elas te dão hoje.

Saudades, amigo Ademir Ramos! Há oito meses você pegou caminhos diferentes e não tem um único dia em meus dias sem que eu me lembre de você! Sua vida me ensinou e é o que me faz forte, diante da saudade que acho que nunca deixarei de sentir!

Paz...amor...

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sete meses


Perder alguém é levar um tapa na cara.
Um tapa de "acorda para a vida".
Um chacoalhão do tipo "chegou a hora de mudar sua forma de ver as coisas".
Perder alguém é ganhar uma saudade eterna, que jamais deixará de andar com você.
Perder alguém é um convite para exercitar seu amor. Verificar o quanto ele é forte e o quanto você pode espalhá-lo em favor do outro.

Ninguém perde ninguém. Apenas encerra uma etapa há muito determinada.
Ninguém perde ninguém - apenas despede-se, como quem diz "vai indo, que uma hora eu te alcanço lá!"

Nessa vida, ninguém pertence a ninguém. Mais do que se martirizar sobre o motivo de ter colocado essa pessoa em nossa vida e, depois, tirado, deveríamos exercitar mais a serenidade, a aceitação, a doação, a caridade.

Quem disse que é fácil? Mas é necessário.
A ligação com quem se foi nunca se perde, pois as coisas sinceras. Cada um sabe o quão importante foi para quem se foi.

Na vida, não há castigo, culpa. Há o livre arbítrio. Deus dá a ditetriz, mas nós temos toda a liberdade para fazer do nosso jeito - e o fazemos. Na hora de sofrer as consequências, recorremos a esse Deus, que não tem a menor culpa.

Sejamos a diferença no mundo.
Sejamos a luz.
Perfeito ninguém é, mas uma vez que sabemos a verdade, não há razão para retornar à mentira.

Quanto mais lhe for dado, mais lhe será cobrado! Seja amor, mas amor verdadeiro. Se estiver um pouco difícil de amar verdadeiramente, não odeie, apenas fique na sua. Já será uma grande atitude!
Na vida, não se perde ninguém, apenas ganhamos em um plano elevado, mais um ser querido a nos olhar. Até que chegue nosso dia passemos a ser nós esse guia. É um ciclo. Cada um na sua vez.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Seis meses

Ademir, já são seis meses desde que você saiu de casa. 
Já fazem seis meses desde aquela corrida para a qual você estava ansioso para competir, mas nem chegaria a fazer (foi por muito pouco). 

São seis meses desde que tudo aconteceu e eu não esqueço nada. Tudo é presente ainda. Tudo. 

Espero de verdade que seu caminho aí esteja sendo positivo. Espero que esteja bem guiado, espero que esteja tranquilo. Mais do que lamentar sua não presença em casa, eu fico feliz por ter tido a chance de conhecer você e viver coisas legais com você. 

Esses dias lembrei de ligar na tua faculdade e finalmente o diploma mais enrolado do universo saiu. Uma pena que só você poderia retirar. Paciência. 

Seu mérito já fora certificado muito antes! Esteja na paz e na luz. É tudo o que eu mais quero!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Cinco meses

E lá se vão 5 meses desde que você retornou para a grande casa do Pai e dos irmãos eternos. Hoje foi dia de fazer uma visita a seu jardim, aquela que faço todo mês. Hoje foi dia de cortar a grama, plantar novas cores e estreitar cada vez mais a distância entre nossos corações. Deus é infinitamente bom, Ademir. Incondicionalmente amor. O tempo é milagroso. Se ontem cheguei a culpar pessoas e atitudes delas como causa de sua partida, hoje eu chego até a me envergonhar de tais pensamentos. O tempo tem me trazido boas pessoas, que vêm acompanhadas de bons ensinamentos. As lembranças são presentes e constantes em minha vida. De forma natural e absurda. Sou capaz de ouvir sua voz me perguntando lá da cozinha se o ponto do macarrão estava bom e lá ia eu dar uma aula de como deixar ele ao dente hahaha. Não tem jeito. Tudo lembra você. Até mesmo detalhes toscos e que jamais eu iria parar para refletir sobre, se você não tivesse partido. Tipo o lance de desligar o chuveiro a cada ensaboada ou xampú. Ou o hábito de sempre, sempre checar tomadas ligadas desnecessariamente ao dormir. Saudades das suas chaves que emperravam na porta quando você chegava, pois a minha estava na parte de dentro, mal posicionada e você batia tranquilo na porta e eu tinha de levantar e abrir. Quando comigo, eu não tinha a mesma calma. Hoje, aprendi com você. Me pego fazendo coisas que eu "odiava" que você fizesse e nessas horas eu rio alto. Ou choro lá dentro de mim. As flores são para você. As melhores energias e vibrações também. As lembranças, os suspiros. A minha música. O melhor do meu dia. As minhas intenções e desabafos. Tudo é para você. Aonde estiver, espero que esteja feliz e encontre o seu caminho!
Amém, assim seja!


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quatro meses

Amigo Ademir! Agora são quatro meses de sua partida. Dia de ir dar um up lá no seu túmulo. Dessa vez fui com alguém especial pra você. Eterno amigo e irmão Ademir, sua presença segue no coração cada vez mais forte. Saudades sim, sofrimento não. Saudades do seu espirro exageradíssimo que sempre me dava susto e me deixava com raiva. Saudade de você cantando desafinado pra cacete. Você cantando no chuveiro e de madrugada e eu sempre falava que iria incomodar a vizinha. Você ouvindo celular no banheiro e fazendo voz de falsete para quase todas as notas que você nunca alcançava. Coisas que nem eu teria coragem de fazer no seu lugar hehehe. Falta sua gargalhada rara, mas que quando vinha era tão gostosa, que por mais que fosse sobre algo sem graça, eu ria junto. Sinto falta de seu silêncio rotineiro. Aquele olhar no horizonte com canto do olho enrugado...olhar e pensamentos. Profundos. Que só você sabia do que se tratava. Quão brega era sua calça jeans com a barra dobrada e você não gostava dessa observação que eu sempre fazia antes de você ir pros rolês. Ou quando você deixava a janela do quarto aberta pra dormir e eu reclamava que era para fechar sempre. Ou quando você achava que tinha perdido a chave de casa, mas na verdade você havia deixado ela pra fora a noite toda. Saudades das suas curtidas nos meus posts de clientes. Você nunca foi de usar o Face, mas como eram pros clientes que eu atendia, você entrava e curtia tudo. Lembro ainda mais de você nessa época de Oscar, pois com certeza estaríamos gastando bom tempo vendo os filmes indicados e discordando em quase tudo. Você sempre foi cinéfilo e está pra nascer alguém que sabia tanto sobre cinema quanto você sabia. Nossa...são muitas as lembranças. Lembro de você todos os dias. Sim, todo dia. E isso é bom. Fique bem onde está, Ademir. Tudo o que você deixou e tudo o que foi em minha vida jamais será esquecido. Jamais. Desejo amor a você, luz, paciência, fé e mais amor! Amém!