terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Três meses (Feliz Aniversário)

Lá se vão três meses de sua ida! Hoje seria seu aniversário de 28 anos e com certeza eu iria te dar aquele seu perfume que já teria acabado ou um tênis, que com certeza estaria precisando! Encomendaria o caro frango xadrez que uma vez você me apresentou, com arroz e suco de soja ("É mais saudável!").
Amigo Ademir. A palavra saudades virou clichê na minha vida e na vida daqueles que sentem sua partida. Mas, mais forte do que isso, é o desejo do fundo da minha alma que você encontre seu caminho de luz e paz. Aqui, no meu coração, os mais profundos e sinceros sentimentos de gratidão, esperança, amor. Fique na paz e, assim, estarei, também, na paz! Vida que segue, amor que não se esquece! Feliz aniversário!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dois meses

Amigo. Há dois meses você deixou esse mundo louco. Posso dizer que sua partida tem sido a pior experiência que já tive na minha vida e que acho que nunca terei igual. Não choro. Não sinto tristeza ou qualquer sentimento que não valha a pena. A saudade é absurdamente presente! Uma saudade profunda, daquelas que fazem doer, que fazem rir, suspirar, fazem dizer seu nome feito louco varrido que fala sozinho "Ah, Ademir...".
Fico feliz de, toda vez que penso em você (considere isso todo o santo dia e, pelo menos em mais da metade de cada dia), eu não ter aquela coisa chata de "ah, se o tempo voltasse atrás e blábláblá". Não. Não há nada que eu me arrependa de não ter feito em vida a vida a você, com você, por você. Sei que o que fiz(emos) foi o que tinha de ter sido feito. Siga daí, que sigo daqui. É o que nos resta! Amor, paz, gratidão, saudade, amor. Amém.

domingo, 2 de novembro de 2014

Tosca

Ele ganhou uma pulseira de aniversário.
"Achei linda. A sua cara!"
Disse quem deu o presente.

O aniversariante olhou para ela, olhou para quem a deu.
"Eu não uso esse tipo de pulseira.
Não faz meu estilo.
O que te faz pensar que combina comigo?"

A pulseira foi direto para a gaveta.
E ali ficou esquecida e não usada.
Até que quem a deu se foi. Partiu para sempre.
Inesperadamente morreu.

Revirando os pertences do amigo que partiu,
A pulseira apareceu de novo.
Ele olhou a pulseira, olhou para a cama onde quem a deu estaria, se estivesse vivo.

Ele usou a pulseira que antes achara tosca,
A pulseira que ganhara de aniversário,
A pulseira que se tornou uma lembrança pura,
A pulseira que do braço já não sai mais.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Um mês

Já se passou um mês e já não há mais dor, não há mais angústia, não há mais erros, não há temor. Tudo é luz, tudo é compreensão, amor, amor, amor, gratidão, aprendizado. É tudo o que fica no fim das contas. Muita lembrança, muita SAUDADE. Em tudo, em todos, em todo o lugar. Mas isso não é ruim: é esperado e necessário. Amigo Ademir, você jamais será uma alma esquecida. Seu coração e alma seguirão sendo meus guias e meus aprendizados onde quer que eu vá. Você é excepcional e sorte daqueles que souberam ter você como amigo! É muito pesado ter de seguir adiante quando alguém amado se vai. Uma dor que eu nunca tive. Mas nessas horas me agarro a tudo de bom que você é e tenho energias para seguir adiante. Um mês de sua partida e você segue sendo muito presente na minha. Em meus pensamentos, meu agir, em tudo. Fique na paz, meu amigo. Aceite a paz. Esteja bem e, assim, estarei bem também. Estaremos!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Dor

Saudades, Ademir Ramos de Figueiredo.
Na última segunda-feira eu passei pela maior tristeza que já tive, maior pesadelo, maior choque, maior tragédia, maior pesar....palavras me faltam para descrever o que venho sentindo desde então!
Encontrei meu amigo Ademir morto em sua cama, vítima de um infarto fulminante. Há tempos dividíamos a mesma casa, nos ajudávamos em nossas dívidas e nos pesos da vida. Ele se foi enquanto dormia e como um sopro suave, sua vida se foi, ali, sem o menor movimento, sofrimento ou dor. Eram 27 anos de uma alma incompreendida por muitos ao seu redor. Valorizou as verdadeiras amizades, que valeram a pena viver, mas infelizmente guardava muitos sentimentos que eram negativos e que o marcaram negativamente na vida. Ele é o cara mais puro, simples, pacifista que conheci e que jamais conhecerei. Um ser de valor imensurável e que muitos que não souberam valorizar e o aceitar, e que agora terão com certeza seu remorso, por tal injustiça! Para mim, que o conheci tão de perto e tão bem, sua causa de morte foi a própria vida. A não aceitação por suas escolhas. Um ser único, que queria apenas achar seu caminho. Agora tenho total certeza que ele o achará onde estiver, pois o mundo não o merecia. Muito aprendo com sua morte, muito aprendo com sua vida, muito aprendo com a pessoa que é. Sim, falo no presente, pois ele ficará dentro de mim assim, presente sempre! Foi dura a cena de encontrá-lo como tal, mas no momento, dia após dia, encontro forças para elevar meus melhores sentimentos para sua alma, para que encontre paz, paz, paz. PALAVRAS ME FALTAM. Só sei sentir. Choro. Pois ele está presente em minha vida de muitas formas e será difícil não falar e não lembrar dele em casa segundo de meus dias.

SE EU TENHO UM DIREITO A PEDIDO A CADA UM DE VOCÊS, MEUS AMIGOS E CONHECIDOS DO FACEBOOK: ENVIEM SUAS MELHORES ENERGIAS, ORAÇÕES, REZAS, INTENÇÕES, LEMBRANÇAS, SENTIMENTOS, AMOR, TUDO O QUE TIVER DE BOM, ENVIEM EM MENTE E CORAÇÃO A ADEMIR RAMOS DE FIGUEIREDO. EU AGRADECEREI IMENSAMENTE.

Por fim, agradeço eternamente aos muitos amigos que aqui me ajudaram desde o momento que os contatei com lágrimas desesperadas no coração. Não vou citar nomes, pois têm sido muitos. Mas cada um sabe do que estou falando e de quem estou falando! OBRIGADO. Meu coração fica mais consolado nessas horas.

Aqui, deixo uma foto do Edson Degaki, no primeiro concerto que o Ademir viu meu, com sua irmã MUITO MUITO MUITO amada Kawany, a quem ele devotou muito amor em vida e eu tenho meu carinho especial e espero que ela esteja com pessoas boas agora, já que está sem nosso Ademir....

sábado, 21 de junho de 2014

Mensageiro

O dia é de festa no interior.
A época é de festa.
Daquelas noites feitas para extrapolar,
Sem precisar pensar no horário de amanhã.

Uma notícia inesperada chega.
É de morte de uma autoridade daquela cidade.
A notícia chega rápido demais,
Tanto que nem a família do prefeito sabe dela.

O homem morreu fora da cidade,
Um funcionário seu se incumbiu de ser o comunicador,
Para falar à família sobre o assassinato.
E ajudar no que for preciso.

O rapaz pegou sua moto,
Bêbado como estava, perdeu o controle na rodovia.
Morreu no meio do caminho.
Sem cumprir com sua missão.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Desnecessário

Para ser o confidente que ouve suas histórias,
Aquelas que ninguém vê graça, o gay serve!
Para ser o carinha legal que a mãe confia
E com quem o pai a deixa sair, ela chama o gay!
Para ser o conselheiro,  o ouvido e o ombro,
O gay é perfeito!
Mas quando o gay precisa de espaço em uma sociedade a qual pertence,
Criam-se regras, normas, "não-me-toques".
Quando o gay é o filho da vizinha,
Tudo bem: que ele seja feliz.
Quando o gay está dentro de casa,
É como se ele nunca mais fosse existir.
Em cena representando seu amor e carinho numa novela,
Ele passa a se feio, apelativo, desnecessário.
A aceitação ainda tem um longo caminho pela frente.
Ultrapassar hipocrisias veladas, conceitos arcaicos.
Aceitar não é obrigatório,
Respeitar é vital e humano.
O preconceito é nojento,
Julga, apedreja, fere, mata.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Falta

Ele deu uma rosa a ela,
Pois a data era especial para ele.
Ela pediu que ele guardasse a flor na mochila,
Pois não tinha onde deixá-la durante o passeio.

Fim do dia,
Ambos retornam para suas casas.
A rosa, que era para ela,
Ficou na mochila dele.

Ela nem sentiu falta da rosa,
Nem mesmo quando ele a lembrou.
Assim, ele não teve outra opção:
Manteve a flor consigo.

A rosa, que era para ela, secou.
O corpo da rosa ficou feio, ele o arrancou.
A cabeça da rosa perdeu a cor.
Ele, por fim, a jogou fora.