quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gratuito

Na rua, um portador de necessidades especiais fez menção de parada de um ônibus, mas desistiu quando viu que este estava cheio.
O coletivo, ao parar no semáforo adiante, já fora do ponto, foi abordado por um outro senhor, que logo se dirige ao motorista. "Você não quis parar para o deficiente, você sabe que está errado e eu posso te denunciar para seu superior!!! Você não pode fazer esse tipo de discriminação ‘rapá’", atacou o velhinho que simplesmente tomou as dores do rapaz de muletas, deixando o condutor sem mudo, sem reação e sem entender completamente nada.
O motorista calado...
"Venha cá moço", ordenou o delator, triunfante e justiceiro, ao homem com dificuldades de andar. "Agora você pode entrar!"
A suposta vítima, para esclarecer tudo, disse se tratar de um mal entendido (da parte do dedo duro, claro). "Eu ia pegar o ônibus, mas vi que estava cheio demais e assim sinalizei ao motorista que não parasse.”
“Tome! Está satisfeito agora?”, fala pela primeira vez o motorista, que de culpado nada tinha.
O velho fuxiqueiro ainda assim não conseguiu reconhecer seu erro infeliz e se retratar. "Você não sabe de nada. Você é um merda.
“Merda é você, vá caçar algo de útil para fazer, justiceiro sem causa.”

Vai entender.

13 comentários:

Fernando Ramos disse...

É a falta de bom senso imperando. E mais uma vez, reconhecer o erro se torna sempre mais raro.

Eli Carlos Vieira disse...

Isso continua mesmo, Fernando, sendo o mais raro e o mais difícil. E olha que reconhecer o próprio erro é o mais eficaz a se fazer e evitaria qualquer situação de constrangimento/confusão, à toa, não é mesmo?!

Abração e obrigado pela visita!

Ives Nelson disse...

Isso é tão comum! Tão como mesmo... fico triste com a rispidez que as pessoas se tratam, ainda mais aquelas que normalmente nada tem a ver com o assunto tratado. Dialogar e conversar como humanos, tá cada vez mais distante...

Abração Eli

Eli Carlos Vieira disse...

É Ives. Isso é mais do que etiqueta, né?! São modos, princípios e sonbretudo respeito a limites (a velha regra de onde começa e onde termina o seu...)
É triste de ver.

AMARela Cavalcanti disse...

Oi!
Dando uma olhada de leve pra conhecer o blog. De cara já gostei. Tem Maiakóvski aqui! Adoro!
Depois venho com mais calma, mas já está na minha lista de lidos.

Bjus!

Jairo Borges disse...

Tem mt gnt q acha q por causa da idade pode falar o q vem na telha! (minha avó é uma) Q tem direito a dar sua opinião, perdendo assim todo o encanto da velhice, a sabedoria! Abçs!

Eli Carlos Vieira disse...

AMARela, obrigadíssimo pela visita e sinta-se, desde já, bem-vinda, viu?!
Sim! Tem sim, Maiakóvski aqui!

Passarei lá nas Armarguras tá?!

Beijo!

Eli Carlos Vieira disse...

Exato, Jairo. Penso isso diversas vezes. Mais idade nem sempre significa mais sabedoria sobre alguém. E outra: quem possui a razão, a sabedoria não precisa impô-la de forma autoritária, pois acaba por perdê-la.
Abração!

Carol Binato disse...

Ai ai
A grande e velha falta de bom senso!!! Pq a cada dia isso se torna raro? É tão mais fácil avaliar, perguntar, conversar do q sair atacando pedras para todos os lados!! E concordo com vc Eli qdo diz que a sabedoria não precisa ser imposta de forma autoritária! Afinal, se o tal Senhor Fuxiqueiro fosse sábio, não teria agredido verbalmente o motorista!!

Bons ventos pra ti!

Eli Carlos Vieira disse...

Bom senso é tudo, Carol! E está em falta. E foi o que o motorista soube fazer, mesmo acabando, também, jogando à cara do desrespeitador o erro que acabara de cometer.

Sentimentos guardados, prestes a explodir a torto e a direito! Para o fuxiqueiro inconsequente, ficou o peso da auto-culpa. E os olhares dos demais, a recriminá-lo!

Beijão, Carol.
Bons ventos para nós, nessa semana que inicia!

Unknown disse...

Adorei seu blog Eli....

Sempre vou passar por aqui!

Grande beijo Sucesso!

nora disse...

OI Eli. tudo bem? como esta vc?
andei hj pelo seu blog, passei pela cena da falta de educação neurótica deste caos, achando um barato vc retrata esta cena que vivemos cotidianamente, para que possamos refletir.
Passei pela camisa amarela, e pela delícia que pode ser a fala de uma criança, cuja sexualidade aos cinco já esta sendo descoberta.
E denotei que ainda vivem os sonhos de um principe como simbolo dentro de um vestido branco, infelizmente.
tudo para dizer que vc já faz parte das minhas amizades.
Mando bjs, com carinho

Nora

Eli Carlos Vieira disse...

Obrigado, Tati, pela visita, viu?! Apareça sempre quando puder/quiser!

Nora, posso imaginar o efeito da correria dos dias. Estou em contagem regressiva por aqui! Pois é, é engraçado como as coisas ocorrem enquanto estamos "fora", não é?! E quando se retorna, se depara com diversas novidades. O novo.

Beijão, garotas! Obrigado, sempre!