domingo, 15 de março de 2009

Papelzinho

“A Voz da Igualdade”, pregada no filme “Milk”, chega às salas do Brasil um tanto quanto enfraquecida ou sem apoio. É que a causa do ativista gay Harvey Milk, belamente retratada a partir do roteiro original de Dustin Lance Black (premiado com o Oscar), não teve apoio do dublador brasileiro de Sean Penn, Marco Ribeiro, que tirou o corpo e sua voz do projeto.

Acontece que o dublador não se sente bem em dar sua voz a um personagem homossexual, sobretudo, vejam só, que luta pela causa gay. Mas acontece que quem perde não é Penn (vencedor do Oscar de melhor ator), nem tão pouco, aqueles, maioria, que preferem os títulos no máximo legendados e não por vezes falseados, por conta de vozes desconhecidas e até muitas vezes aquém da interpretação que merece o ilustre artista em cena.

Que papelão! Mas ele justificou. É a religião!

Ele é pastor de uma igreja protestante e não quer ter sua voz, considerada conhecida em seu meio religioso, com a de um conhecido personagem militante gay, morto nos anos 70.

Em tempo (e em outra religião)...

Em Alagoinhas, no Pernambuco, os envolvidos no caso do aborto daquela menina de 9 anos, abusada por seu padrasto, podem estar livres da excomungação proferida em nome da santíssima Igreja Católica.
De acordo com nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ninguém teria sido excomungado no caso do aborto dos gêmeos da pequena garota. O ato de repúdio, anunciado pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, no início do mês, impossibilitou de participarem dos atos da igreja (receber hóstia, casar e etc), tanto a mãe da vítima, quanto a equipe médica, pelo o aborto consentido e realizado. Já o padrasto que estuprou a menina, esse não recebeu o tal do castigo.

Para ficar em pizza, a CNBB diz que houve apenas intenção de chamar a atenção para um fato, nada tão drástico. Nessa nova nota, o padrasto sim, pode estar incluído entre os excluídos. O Conselho teria garantido que no fundo, no fundo, a menina, a mãe e o pai dela, não estariam manchados entre os católicos. Até mesmo a equipe de médicos. Quão justo!

Culpados ou inocentes? O que será que decidirá, ao fim, os justiceiros da Igreja?

3 comentários:

nora disse...

è de pasmar. revoltante esta m... toda. desculpe o palavrão, mas me indigna mesmo.
bjs, e valeu o post.

nora disse...

acho que é denunciando que pode-se chegar a algum lugar.
esquecer, neste caso, não tem nada a ver com conseguir viver o presente.
alias, não sei mesmo como conseguimos, de fato, viver este presente em que vivemos ( o passado era diferente?) algum dia , será o futuro?
eu particularmente, tenho problemas serios em ler os jornais( absurdo! ) mas chego a passar mal, fisicamente, inclusive, se ver um noticiario inteiro.
sou impressionada demais.
sensivel a isto tudo.
mas ao mesmo tempo, reconheço minha falha, e sou mesmo a favor da denuncia como meio de mudança.
alias, sou altamente revoltada com injustiças.
enfim, legal, legal demais. mais uma vez , parabens

Eli Carlos Vieira disse...

É vero, Dora!
O presente assusta! E é preciso ser mais que guerreiro para sair ao dia-a-dia e não engolir o que impõem os auto-intitulados santos, amigos entre aspas, além de tantos outros cheios de boas intenções...
Não se calar é preciso!
Perder a sensibilidade, também jamais.

Beijo e obrigadão pela visita!