terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Álibis

A mãe ainda pensa que sua filha é inocente...
Não é.
Com seus homens,
Aprendeu lições que nem a mãe, após anos de casamento, aprendeu.

Começou com os mais novinhos,
Descobriu os experientes.
Aos 21 anos a filha teme,
Entre outras coisas, em atender o pedido da mãe,
Que quer acompanhá-la ao ginecologista.
“Para apoiar minha filhinha que nada conhece dessas coisas”.

Não pode conversar sobre certos assuntos. “São impróprios”.
Mamãe morreria se encontrasse na gaveta que vasculha, em dias de faxina,
Uma camisinha, uma peça íntima mais ousada,
Algum apetrecho.

Enquanto isso, a menina estica ao máximo o dia para a consulta.
E vive sua vida...
Usa seu amigo de álibi,
E usa a confiança que a mãe tem nele,
Para, sem ele, sair e experimentar por si só.

2 comentários:

Nico Nicodemus disse...

Que agradável este texto, Eli! Melhorou em muito este meu fim de expediente. Parabéns!

Eli Carlos Vieira disse...

Poxa, obrigado, Nico.
Tento, às vezes, desviar do objetivo mundo jornalístico e dá nisso...

Abração!