segunda-feira, 20 de abril de 2009

E.C.

Eli Carlos.
Nome composto que foi escolhido pelo meu pai, Elias.
Eli, três letras, simples.
Apesar de milhares de perguntas, não, NÃO É APELIDO.

Feminino, masculino. Unissex.
Confusão que ocorre ainda hoje.
"Por favor a Dona Eli?"
"É ele quem fala!"
"Perdão, é que normalmente esse nome é de mulher."
"Mas nesse caso, não. É meu mesmo!"

Sem falar que, ao telefone a dicção fica comprometida.
"Alô, aqui é o Eli quem fala..."
"Ele quem?" ou "Edir? Ecyr? Elis? Elir" (nunca palpitam Eli)
"É Eli: ê, éle, i. Eli"

Em uma época, no trabalho,
Tentei utilizar Carlos, como se fosse um estepe.
Mas não pegou. Muitos clientes que retornavam, achavam que eu mentira.
Pois na secretaria só me conheciam por Eli.

O motivo de Eli, segundo meu pai, vem da homenagem ao radialista Eli Corrêa.
Preferido dele e que eu cresci ouvindo. E ainda ouço. Ouvi ainda hoje.
Daquelas cartas depois do almoço, algumas assustadoras.
Cartas de tragédias, medo, amor, suspense, mandadas por ouvintes.
"Que saudades de você", a "Sessão da saudade".
Quase o que faço às vezes aqui: escrever histórias que a mim chegam, contam.
Muita gente diz "Seu nome é Eli? Do Eli Corrêa?"
E soltam "Oiiiiiiiiiii, geeeeeeennnnntiiiii", bordão do radialista.
Conhecido como homem sorriso do rádio.
Uma vez meu pai me liga chorando. Era um 4 de abril.
Aniversário dele. Eu havia mandado um email ao Eli Corrêa,
Contando sobre mim, sobre a homenagem feita por meu pai a ele.
"Eli Corrêa em pessoa me deu parabéns pelo rádio",
Disse meu pai às lágrimas.

Já o motivo de Carlos, é de Roberto Carlos! O Rei.
Outra homenagem.
Outro que cresci ouvindo. E ouço bem menos hoje.
É que que para mim, ele já foi bom.
Agora o ritmos de seus discos são fracos, insossos, sem doce.
Como playbacks. Canções sem novidade, sem vocal nem letras.
Voltou no tempo. Voltou não. Parou mesmo. Se voltasse, seria bom...
Eu tinha um compacto, que sempre ouvi quando tinha uns cinco anos.
"Jesus Cristo" de um lado e a canção do outro eu não lembro.
Só ouvia a mesma música.
Mas meu pai. Ele ainda ouve Roberto até hoje.

Já achei muito brega essa coisa de carregar nome em homenagem a "artistas".
Mas, nome é nome. E cada um tem o que lhe foi dado!
Gosto da simplicidade do Eli.
E assim é!

Aqui, uma canção na voz do Roberto Carlos.
Lembra meu pai. Que, na falta de uma mãe, sempre foi um super pai para mim.

Arranjo de cordas muito sensível e forte.
Belo.



E uma versão mais latina. Na voz de Tamara, cantora pop espanhola, que dedicou um disco inteiro a Roberto Carlos. Interessante.

5 comentários:

Vanessa Dantas disse...

Essa do Eli Correa dando parabéns ao seu pai foi ótima! Quanto ao Rei, adoooooro, mas só das antigas, daquelas bem românticas mesmo... Beijo.

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Vou com a Vanessa. só dá pra ouvir o rei dos tempos antigos.

Eli Carlos Vieira disse...

Foi uma surpresa mesmo! Na época nem achei que seria possível ele ler a mensagem no ar.
Quanto ao Rei, ele tem sim, seu título, mas nunca saiu além de seu trono. Peca pelo excesso de simplicidade. Óbvio.

Obrigado pelas visitas!

Ives Nelson disse...

Acho que por isso que a me indentifico tanto com as tuas palavras, passamos pelo mesmo inconveniente, o nome. Digo passamos, no passado, porque hoje, já nem ligo mais pra isso. Mas quando mais jovem, fica p*** com as pessoas que não acertavam (e ainda não acertam meu nome). Primeiro que todo mundo pronuncia o S, e é sem S, é "Ive". Na hora de escrever-lo, fazem pior ainda: Ivis, Yvis, Ivens, Hivis, Ibís, Ibílis, enfim, qualuqer coisa. Impressionante são os recados no orkut, o meu nome ao lado em LETRAS GARRAFAIS, é me escrevem "Ivis"... Só matando mesmo! hehe Pra completar, me colocam um Júnior, no final de tudo, Júnior é a prova cabal da falta de criatividade fraternal, nunca usava o Júnior.

Hoje, assino com gosto meu nome todo, pois nome é nome, como tu dissestes, e queira ou não, se passa a ama-lo.

Abração Eli...

Ass.: Ives de Oliveira Souza Júnior

Ps.: Sim, Nelson foi um apelido que ganhei, e uso como pseudônimo.

Eli Carlos Vieira disse...

Show! Então você me entende de verdade!
A coisa é essa mesmo! Nome você não escolhe e com o passar da vida, tem tanto significado quanto você mesmo! Inseparável!

Vivendo e aprendendo...mentalmente eu sempre pronunciava Ives com "s" também!

Abração, cara!!