segunda-feira, 4 de maio de 2009

Público

Nota a nota um rapaz especial toca o piano.
Tecla a tecla, somente com um indicador,
Paciente e certo do que está a tocar.

Umas poucas pessoas o observam.
Ajudam com olhares, que na falta de talento ou técnica,
Tocam, somente, em apoio.

O piano de rua, simples e ao mesmo tempo instigador,
Em uma sala da Estação da Luz,
Ganha vida com o rapaz,
Assim como o ganha em outras execuções.

O rapaz, enfim, chega ao ápice da canção e arrepia!
Mesmo com a simplicidade,
Mesmo com o tocar de um dedo só,
Mesmo com a correria da estação,
Em plena Virada Cultural.

Era o refrão extremamente melancólico,
De Trenzinho do Caipira,
De Villa Lobos, mas também daquele rapaz,
E também de quem ouviu e reconheceu.
E também do guarda da estação,
Da menina que puxou a mão da mãe,
Para ver que brinquedo era aquele.

A música, ao acesso de todos.
O piano de rua, público.
Ao toque de todos.

É questão de sentar-se e iniciar o dedilhado.
Questão de parar e ouvir o clássico.
Sentir e ressoar por todo o dia.

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